Vida de menina

Relatório de Sessão

Na sessão do dia 26 de outubro, realizada no Museu do Diamante, foi exibido o filme Vida de menina (Brasil, 2003 – 101 min.), dirigido por Helena Solberg. O filme, inspirado no diário de Helena Morley (Ludmila Dayer), escrito no período posterior à abolição da escravatura e a proclamação da república no Brasil, revela a visão de uma menina “magra, desengonçada e sardenta”, que se acha feia, não é boa aluna nem comportada como sua irmã menor, Luizinha, e que tem o apelido de “Tempestade”. Mas Helena se distingue, ainda, de todas as outras garotas de Diamantina da época, pela sua fértil imaginação. Desafiada, então, por ser professor, começa a escrever. Seu diário é o resultado desse processo, um relato singular e crítico da vida e das pessoas com quem ela convive durante esse período nas ruelas e casarões de Diamantina.
A plateia, composta por 60 pessoas (na maioria, adultos, mas também com algumas crianças), assistiu ao filme com grande atenção, pois, afinal, o cenário era bem familiar para todos: Diamantina e seus arredores. O debate foi conduzido pela professora Conceição Aparecida Bento, que iniciou sua exposição fazendo uma aproximação do filme com um clássico da filmografia mundial: Os incompreendidos, dirigido pelo cineasta francês François Truffaut, seu primeiro longa considerado um dos títulos seminais da nouvelle vague e um dos melhores filmes de todos os tempos. A professora fez ainda uma aproximação do texto escrito por Helena Morley, com clássicos da literatura brasileira como Menino de engenho, de José Lins do Rego, publicado em 1932, Infância, de Graciliano Ramos, publicado em 1945, e os poemas autobiográficos escritos por Carlos Drummond de Andrade e imortalizados na sequência dos livros Boitempo (1968-1979). Ela ainda destacou o fato de ser um dos primeiros registros da escrita feminina na literatura brasileira.
Após a exposição, os presentes foram convidados a se manifestar e muitos destacaram, sobretudo, o fato de o filme ter sido rodado em Diamantina, inclusive com a participação da população, fato que marcou a cidade e todos que participaram direta ou indiretamente dessa realização.
Ao final, a Profa. Juliana Leal propôs um pequeno quiz e as pessoas que acertaram as perguntas ganharam uma camisa do Projeto Cine Mercúrio.

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