A região do Alto Jequitinhonha possui 53,21% do seu território coberto pelas fisionomias de campo (6,17%), campo rupestre (5,48%), cerrado denso (5,8%), cerrado ralo (14,57%), cerrado tipico (2,17%), eucalipto (3,35%), floresta decídua (0,73%) e floresta semidecídua (14,94%). A exploração extrativista nestas fitofisionomias representa fonte de renda alternativa para comunidades tradicionais, comerciantes, empresários. Parte desses recursos florestais vai para o mercado sem nenhuma preocupação com uma produção racional nem com a conservação genética. Dentre as potencialidades desta região para o combate às desigualdades sociais, merece destaque o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais de espécies nativas.
Dentro desta perspectiva, no período de 2000/2001 o IEF desenvolveu o programa de Uso Racional e de Conservação dos Recursos Genéticos Florestais do Estado de Minas Gerais. Dentro deste programa foram eleitas como espécies prioritárias o pequi (Caryocar brasiliense), a sucupira preta (Bowdichia virgilioides) e o vinhático do cerrado (Plathymenia reticulata).
Visando dar continuidade a este programa, estabeleceu-se uma parceria, entre a Universidade Federal dos Vales do Jequinhonha e Mucuri-UFVJM, a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior/ SECTES-MG e o Instituto Estadual de Floresta-IEF para desenvolver a cadeia produtiva destas três espécies. Este trabalho tem caráter multidisciplinar e abrange as áreas de ecologia, de melhoramento, de silvicultura, de sistemas agroflorestais, de manejo florestal, de entomologia, de tecnologia da madeira, da alimentação humana e da farmácia.