A CONSTRUÇÃO DO CENTRO DE IDIOMAS DA UFVJM
Luiz Otávio Costa Marques (UFVJM) - Lattes
O intenso processo de internacionalização das universidades federais brasileiras está gerando, cada vez mais, uma demanda por cursos de línguas estrangeiras. São inúmeros os programas e convênios firmados com instituições no exterior, oferecendo oportunidades de intercâmbio para graduandos, docentes e pesquisadores em geral. Nesse contexto, cursos de idiomas são criados em instituições públicas de ensino superior no Brasil com o intuito de suprir essa demanda. Neste trabalho, apresentaremos e discutiremos o processo de construção do Centro de Idiomas da UFVJM, fruto de uma parceria entre a Diretoria de Relações Internacionais da instituição e a Fundação Diamantinense de Apoio à Pesquisa, Ensino e Extensão. Criado no primeiro semestre de 2009, ele tem como objetivo promover o ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras para a comunidade acadêmica e administrativa da Universidade, professores de línguas estrangeiras da rede pública de ensino e interessados em geral. Embora na proposta de criação desse curso seja apontada a importância da aprendizagem de línguas estrangeiras na preparação do indivíduo para exercer atividades acadêmicas e profissionais, um caráter mais amplo dessa aprendizagem é ressaltado: além de tentar despertar nos alunos o prazer pelo estudo de línguas estrangeiras, o Centro de Idiomas da UFVJM busca promover o desenvolvimento da reflexão crítica em sala de aula, favorecendo assim um maior crescimento intelectual, pessoal e cultural dos aprendizes.Salientamos também que, com a criação do Curso de Licenciatura em Letras na UFVJM em janeiro de 2012, o Centro de Idiomas poderá propiciar aos discentes dessa área um espaço ideal para ampliação dos seus conhecimentos linguísticos, realização de atividades acadêmico-científico-culturais e elaboração de pesquisas em nível de graduação e pós-graduação.
O LUGAR DO PROFESSOR DE ESPANHOL NA EDUCAÇÃO BÁSICA BRASILEIRA: DIREITOS E DEVERES
Fernanda Castelano Rodrigues (UFSCar/COPESBRA) - Lattes
Na história da educação do país, as línguas estrangeiras moveram-se por extremos: ora eram várias línguas (francês, inglês, espanhol, latim e grego) a integrarem as grades curriculares como disciplinas obrigatórias – como na Lei Orgânica do Ensino Secundário de 1942 – , ora desapareceram por completo da legislação educacional – como na Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1961.
Com uma Resolução do Conselho Nacional de Educação de 1976, “língua estrangeira moderna” voltou a ser componente curricular obrigatório. E, desde então, a escola brasileira se responsabiliza pelo ensino de ao menos um idioma estrangeiro – que, na quase totalidade dos casos, ainda é o inglês.
No entanto, a disjunção que se produziu entre o ensino de línguas na escola ou em centros de idiomas a partir dos anos 60 e o processo de desoficialização pelo qual passou o ensino dessa disciplina contribuíram para que o lugar ocupado pelo professor de línguas sofresse alterações.
A partir de 2005, a Lei 11.161 tornou o espanhol língua de “oferta obrigatória” com “matrícula optativa” no Ensino Médio, configurando um novo panorama para o ensino de línguas estrangeiras na escola, de modo geral, e para os professores de espanhol, de modo particular.
Considerando a história e este novo contexto, que papel pode/deve desempenhar o professor de espanhol nesse espaço? Partindo desta questão, pretendo trazer à tona uma reflexão acerca dos direitos e dos deveres desse professor com a educação no país.
LA ENSEÑANZA DE ESPAÑOL EN BRASIL: UN ESTUDIO DE REPRESENTACIÓN EN CORPUS PERIODÍSTICO
Ariel Novodvorski (UFU) – Lattes
El aumento de la demanda por la enseñanza de español en Brasil impone un panorama de cambio en relación a los discursos sobre ese idioma en el país. Los textos vehiculados por la prensa configuran un corpus lingüístico apropiado a un análisis crítico de los discursos y de la representación de los actores sociales que participan de ese proceso social y lingüístico de cambio. El presente trabajo enfoca el momento citado, en una visión crítica, mediante el análisis de un corpus conformado por textos periodísticos publicados en Brasil, en España y en Argentina, entre los años 1998 y 2007. El referencial teórico utilizado es el Análisis Crítico del Discurso, entendido como un campo de estudios en el cual confluyen diversas teorías con metodologías propias, aplicadas a la comprensión de los momentos de cambio y de problemas sociales vigentes. A partir de la aplicación de las categorías socio-semánticas propuestas por van Leeuwen (1996; 2008), se analizan las diversas formas de representación, entre ellas, los casos de sobredeterminación observadas en el corpus de estudio. Los resultados indican la recurrencia de anacronismos y simbolismos, que funcionan manteniendo latente un pasado de conquista, en momentos actuales de cambio social.
LA ENSEÑANZA DE GRAMÁTICA EN LA EDUCACIÓN BÁSICA
Eduardo Tadeu Roque Amaral (UFMG) – Lattes
Este taller tiene como objetivo discutir y analizar la enseñanza de los contenidos gramaticales en la educación básica de Brasil, teniendo en cuenta los documentos oficiales del Ministerio de Educación. En un momento inicial, veremos cuál es el foco dado a la gramática tanto por las OCEM como por las convocatorias y guías del PNLD. En un segundo momento, haremos un breve análisis de tópicos gramaticales que constan en libros seleccionados por el MEC, tales como: el verbo “gustar” y la expresión de gustos; el uso de pronombres complemento; el imperativo; la variación de los pronombres personales. En la última parte, los participantes de este taller podrán sugerir actividades gramaticales posibles a partir de géneros textuales diferentes.
O ENSINO DO ESPANHOL EM SABARÁ
Alair da Conceição Firmo
Esta comunicação buscou apresentar a introdução do Espanhol, como disciplina curricular nas escolas de Ensino Fundamental do município de Sabará. A partir de 2007, atendendo alunos do 6º ao 9º anos e em 2011, para contemplar também o Inglês, esse tempo foi redistribuído ficando o Espanhol a ser ministrado nos 6º e 7º anos. Ao introduzir o Espanhol no ensino regular, Sabará atende imediatamente duas questões: absorve os professores recém-formados no curso de Letras com ênfase em Espanhol, ministrado pela Faculdade de Sabará e atende a nova ordem mundial e a própria legislação brasileira que indica o estudo de uma língua estrangeira a partir do 6º ano. Com efeito, o ensino da língua espanhola para alunos brasileiros é muito interessante pelo fato das duas línguas – português e espanhol – terem uma origem comum, uma evolução histórica muito próxima e, consequentemente, possuírem formas similares, o que ajuda a romper a barreira da compreensão. O principal objetivo da aprendizagem de uma língua estrangeira é que os alunos consigam se comunicar em situação da vida real. Dessa forma, o ensino não pode se limitar apenas à transmissão de conhecimentos, mas deve orientar na aquisição de novas atitudes e capacidades por parte dos alunos. Como metodologia o professor deverá incentivar os estudantes para que se mantenham em contato com o idioma em atividades, tais como: ouvir músicas, ler pequenos textos, assistir filmes, simulação de diálogos e trabalhos de campo pela cidade para ler quadros antigos escritos em espanhol. Aprender uma língua estrangeira não é somente conhecer um código de sons e sinais gráficos, é muito mais que isso: é aprender sua cultura e os valores para a civilização, de modo que leve os alunos ao reconhecimento da própria identidade e à aceitação da diversidade. Além do ensino regular, o Município executa em parceria com a ONG Nação o curso de Espanhol Instrumental, que atende a comunidade sabarense interessada, capacitando cidadãos que contribuirão também para o turismo da cidade. Com os avanços tecnológicos e a diminuição das distâncias, as pessoas não precisam percorrer grandes extensões para se comunicarem ou fecharem negócios. A humanidade conseguiu vencer a barreira do tempo e do espaço, mas para comunicar-se precisa de um código comum; a Língua. Nesse sentido as aulas de Espanhol em Sabará têm encontrado desde a sua introdução no Ensino Fundamental ótima aceitação. Os educandos demonstram grande interesse e se divertem com as aulas ao mesmo tempo em que aprendem. Os relatos deles durante as aulas demonstram um maior interesse por essa língua, que é a segunda mais falada em todo o mundo.
EM DEFESA DA IMPLANTAÇÃO DO ENSINO DE ESPANHOL COM QUALIDADE
Neide Maia González (USP) - Lattes
A partir de uma breve reflexão sobre o que vem (ou não) ocorrendo para o pleno cumprimento da lei 11.161 (05/08/2005), que institui a oferta obrigatória do ensino do Espanhol no Ensino Médio e facultativa no Ensino Fundamental, procuraremos apontar um perigoso descompasso entre o discurso (presente em documentos e pronunciamentos oficiais) e a prática (o que efetivamente vem sendo feito). Esse descompasso não apenas coloca em risco o sucesso da empreitada, mas também, e sobretudo, nem sempre colabora em absoluto para uma melhora do padrão de qualidade do nosso ensino, especialmente no âmbito da escola regular pública. Diante disso, cabe que nos façamos certos questionamentos e que delineemos algumas de nossas ideias a respeito. Entre os questionamentos que nos fazemos, destacam-se: O que se espera que o espanhol seja (ou não seja) no Brasil e para os brasileiros? A que espanhol se espera que nossos aprendizes sejam apresentados e expostos? O que é fundamental para que se implante de fato a oferta de ensino do espanhol, tal como dispõe a lei 11.161? O que é necessário para que se garanta que essa implantação se faça com qualidade?
FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE ESPANHOL NO CONTEXTO DO CENEX-FALE-UFMG
Cristiano Silva de Barros (FALE-UFMG) – Lattes
O curso de Língua Espanhola oferecido pelo Centro de Extensão da Faculdade de Letras da UFMG tem por objetivo proporcionar à comunidade interna (UFMG) e externa a possibilidade de desenvolvimento das quatro habilidades linguísticas no idioma – expressão e compreensão escrita e oral –, através de um enfoque comunicativo, que privilegia a interação e o uso da língua. Também visa à formação linguística e didático-pedagógica dos alunos da Licenciatura em Espanhol, do curso de graduação em Letras, futuros professores de espanhol como língua estrangeira (ELE). Esta comunicação tem por objetivo apresentar o trabalho formativo realizado no contexto do referido curso e mostrar como, através de um processo de reflexão teórico-metodológica e da prática docente efetiva, os professores/estagiários que nele atuam têm a oportunidade de consolidar e ampliar seus conhecimentos e competências, linguísticas e metodológicas, capacitando-se, assim, para uma participação mais produtiva e consistente no mercado de trabalho.
FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE ESPANHOL NO BRASIL: ALGUMAS REFLEXÕES
Luciana Maria Almeida de Freitas (UFF) – Lattes
A partir de uma perspectiva que entende a docência como atividade de trabalho (AMIGUES, 2002) e o trabalho como resultado da negociação entre saberes, atividades e valores (SCHWARTZ, 1997), teceremos reflexões sobre a formação de professores de espanhol no Brasil. Considerando o Decreto-lei n. 1.190/1939, que dá organização à Faculdade Nacional de Filosofia, como o gesto fundador da formação de docentes de línguas estrangeiras no país, retornaremos a 1939 para: (a) evidenciar que a formação de professores de línguas estrangeiras no Brasil tem uma longa trajetória; (b) recordar que a docência na Educação Básica requer a formação em curso de licenciatura específico e para refletir sobre a crença na desnecessidade de tal diploma; (c) refletir a respeito do modelo de formação de professor que se institui em 1939 e que predomina ainda hoje.
OS MECANISMOS DE ACESSO AO MERCADO DE TRABALHO NA EDUCAÇÃO BÁSICA POR MEIO DO ENSINO FORMAL
Participação de Alair da Conceição Firmo - Currículo