A pesquisadora participou de mesa redonda do evento que se propunha a discutir iniciativas de gestão dos recursos hídricos nas regiões Noroeste e Alto Paranaíba
No dia 22 de março foi celebrado o dia Mundial da Água, recurso natural indispensável à vida humana. A data foi instituída pela ONU, em 1992, com o intuito de estimular a conscientização da população sobre a importância da preservação da água para a sobrevivências dos ecossistemas do nosso planeta. Nesse sentido, o Sebrae Minas, o Consórcio Cerrado das Águas (CCA) e a Associação dos Produtores Rurais e Irrigantes do Noroeste de Minas Gerais (Irriganor) organizaram o seminário ‘Águas do Cerrado: produção e preservação’. O evento aconteceu nos dias 22 e 23 de março e contou com uma programação rica, pautada na discussão de alternativas para buscar a disponibilidade hídrica nas regiões Noroeste e Alto Paranaíba.
A bióloga Juliana Gracieli Resende de Oliveira, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Estudos Rurais, participou da mesa redonda, ‘Boas práticas no Cerrado e Noroeste Mineiro para preservação dos recursos hídricos’, exibida em ambiente virtual no dia 23 de março, apresentando sua experiência com zoneamento ambiental produtivo no Ribeirão Alma, ações feitas em campo e coleta de dados e participação no edital Águas Brasileiras, com projeto voltado para recuperação do baixo Ribeirão Almas.
Foto: Juliana Gracieli Resende de Oliveira
Para Juliana, participar do Seminário Águas do Cerrado: preservação e conservação foi muito importante para mim, não só pelo fato de estar representando a Irriganor, uma instituição que representa pequenos, médios e grandes produtores rurais e irrigantes do Noroeste e Norte de Minas Gerais, mas também porque tive a oportunidade de falar de ações voltadas para recuperação e preservação da microbacia do ribeirão Almas em Bonfinópolis de Minas. As pessoas de uma forma em geral, acreditam que os produtores rurais são os grandes vilões dos impactos ambientais, mas na verdade, todos nós produzimos impactos ambientais, desde o nosso nascimento e os maiores impactos ambientais estão dentro das cidades. Foi especial falar do ribeirão Almas porque tive o privilégio de visitar 25 pequenas propriedades rurais no médio e baixo Almas, onde foi possível detectar áreas com um grau de degradação bem avançado provocado pelo manejo incorreto do solo e a grande maioria foi provocado pelo uso através da criação de gado.
A simplicidade desses produtores, nas palavras de Gracieli, é algo que encantou, a receptividade, a prontidão em andar em toda propriedade para pontuar ações de recuperação, muitas vezes largando seus afazeres diários para nos dar atenção. A preocupação com o Ribeirão Almas foi comum a todos eles, que em 2015 chegou a secar e comprometer o abastecimento do município de Bonfinópolis de Minas. Muitos produtores familiares necessitam de capacitação, atualização das técnicas, eles trazem uma bagagem de saberes que deve ser valorizada culturalmente, outros podem ser reaprendidos com ensinamentos técnicos e científicos que ao longo dos anos foram moldados e melhorados dentro das próprias academias de ensino, pois a ciência não pára.
Foto: Juliana Gracieli Resende de Oliveira
A Mestranda comenta que sentiu uma felicidade indescritível quando o projeto sobre o Ribeirão Almas foi aprovado no Programa Águas Brasileiras do Ministério do Desenvolvimento Regional. Era como se eu fosse uma universitária pesquisando os resultados das notas todos os dias e enfim, ali estávamos nós! A felicidade é de saber que com seriedade queremos fazer algo em prol daquela bacia hidrográfica, queremos fazer algo que beneficie 26 pequenas propriedades rurais no baixo Almas, essa alegria vem de alguém que sonha e torce pela harmonia sistêmica no meio ambiente, onde independente de questões financeiras a gente torce e quer um meio ambiente integrado e equilibrado em todas as áreas. E enquanto mestranda, sinto que minha responsabilidade vai além, eu posso fazer ainda mais diferença a partir de novos conhecimentos a serem adquiridos e assim como as águas que correm no Ribeirão Almas da montante para a jusante e alimentam pequenas e grandes propriedades, o município de Bonfinópolis de Minas, as matas ciliares, os animais, eu quero seguir sendo vida límpida e transparente por onde eu passar, acreditando e disseminando aos outros que vale a pena acreditar que é possível mudar e promover mudanças em prol de algo que acreditamos, comentou a discente em Estudos Rurais.
Juliana também é especialista em Biotecnologia e aluna da Especialização em Geoprocessamento, atualmente atua como Coordenadora Executiva da Irriganor. O PPGER parabeniza nossa mestranda e reitera a importância de receber pesquisadores engajados, atuantes nas diferentes áreas do universo rural. Ações práticas de sustentabilidade são fundamentais para preservação e disponibilidade dos recursos naturais.
Foto: Juliana Gracieli Resende de Oliveira
Outros importantes projetos, em andamento na região, podem ser acompanhadas na gravação do evento, que permanece disponível no canal Paracatu Rural clicando aqui.
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