O projeto de extensão “De Verbo e Águas: Contos e Poemas do Rio São Francisco”, que é coordenado pelo professor Anderson Alvarenga Pereira e conta com a participação do discente Carlos Lima Ferreira, com bolsa financiada pelo Programa de Bolsas de Apoio à Cultura e à Arte (Procarte), ambos do Instituto de Ciências Agrárias (ICA) do Campus Unaí, lançará no corrente mês (em data a ser confirmada) o documentário “Pessoas e Águas do Rio São Francisco”.
O documentário será o primeiro de uma produção dupla, cujo objetivo será transformar as histórias do povo ribeirinho do rio São Francisco em obras audiovisuais registrando o contexto social, cultural e ambiental da região. A meta é juntar os dois documentários numa produção de um filme de longa-metragem para que seja disponibilizado em conjunto com um catálogo fotográfico na internet. Com isso, os registros servirão às comunidades como ferramenta de educação ambiental e cultural, de forma a respeitar os valores passados de geração em geração pelos ribeirinhos. Todo o trabalho é baseado na obra literária do próprio discente intitulada como “Contos do Rio São Francisco: Peixes, Pessoas e Águas”, publicada em 2014.
Para execução do projeto, houve um planejamento de sua produção no qual dividiu o percurso do rio São Francisco em dois trechos. O documentário a ser lançado trará registros do primeiro trecho, chamado de alto e médio São Francisco, composto por municípios mineiros. Já o segundo trará os registros do baixo e sub-baixo São Francisco, composto por municípios nordestinos. O trabalho iniciou-se no mês de maio de 2018, na nascente do rio São Francisco, e percorreu cerca de oito municípios em duas expedições para realizar o mapeamento cultural da região e catalogar fotografias e filmagens. “Na realidade a gente pegou não só as histórias, mas o modo de vida, de pescar, os tipos da canções que eles cantam naquela região por exemplo”, explica o discente Carlos.
Além de Carlos, a iniciativa teve a colaboração efetiva de 40 alunos do instituto na captação de imagens e áudio, no registro fotográfico e nos contatos com os moradores. Para o bolsista, a colaboração de outros alunos superou suas expectativas: “até brinco com os professores: foi um projeto que teve maior adesão dos alunos aqui da universidade, e, assim, muita gente aprendeu”. Sobre o aprendizado, ele complementa: “além de levar um pouco daquilo que a gente aprendeu aqui na universidade, conseguimos trazer muita coisa das comunidades que foram visitadas”.
A discente Natália Gonçalves Silva interpreta no documentário a indígena Iati. A lenda diz que ela é mãe do rio São Francisco e que ele foi formado por suas lágrimas.