A expressiva expansão das vagas no ensino de pós-graduação e as diversas medidas de reestruturação apresentadas para a melhoria da qualidade acadêmica significam um grande esforço institucional que está dirigido à realização da missão da universidade em promover a produção do conhecimento e reafirmar seu compromisso com a justiça social, a democracia e a cidadania na sociedade brasileira. Promover e possibilitar o desenvolvimento de competências e habilidades que possibilitem a autonomia intelectual, a criticidade e o compromisso acadêmico e social. A velocidade com a qual o mundo contemporâneo vem se transformando obriga a formação de profissionais que devem possuir aptidões (saber-ser), habilidades (saber-fazer), atitudes (saber-agir) e competências (alcançar resultados através dos saberes). Assim, faz-se necessária a formação de indivíduos e profissionais com perspectiva holística, capazes de buscar no global e aplicar localmente, através de suas habilidades e competências.
Em uma realidade regional, marcada pela carência social, o Estado tem um papel preponderante quanto ao acesso das populações encontradas nessas regiões ao ensino superior e à pós-graduação. O Vale do Jequitinhonha é um exemplo em que a universidade pública tem um papel a exercer. Este desafio é importante se considerarmos as demandas por alternativas econômicas que incluam os indivíduos. Não obstante as dificuldades e destarte as imensas precariedades, trata-se de propor uma alternativa pedagógica para a formação de pesquisadores, pensadores, articuladores, professores, entre outros. Neste sentido, a proposta visa apreender as dificuldades que emergem da região e, mais radicalmente, atender a uma demanda para uma formação interdisciplinar, que mantenha os conteúdos e as metodologias de pesquisas tradicionais, articulando-se a fim de que o formando possa adquirir a compreensão do todo e das partes, encontrando significado no corpo social.
A concepção do Programa, no momento de sua criação, estava em consonância com a proposta de criação da UFVJM, voltada sobretudo para o desenvolvimento da região dos Vales do Jequitinhonha e do Mucuri. O PPG-CH, como um desdobramento do BHu, embora não diretamente vinculado a ele, foi concebido como mais um espaço de formação especializada que visava a atender, principalmente, estudantes de diversas cidades da região e de outras partes do país. Desta forma, com caráter profissional e interdisciplinar, atraiu estudantes e profissionais com formações diversificadas, que, uma vez pós-graduados, contribuem para o avanço do conhecimento em diversas instituições públicas e privadas. O sucesso desta proposta se reflete no elevado número de candidatos que o programa recebe anualmente em seu processo seletivo.
Temos conhecimento da inserção de egressos em instituições de ensino da cidade e do entorno, em setores de administração pública e, igualmente, como técnicos administrativos e como docentes na própria instituição do programa. Além disso, alguns dos projetos de pesquisa e extensão desenvolvidos por docentes têm impacto direto, como os programas PIBID e Residência Pedagógica, além de produções técnicas.
As parcerias entre o meio acadêmico e a educação básica propiciam o desenvolvimento de atividades culturais e pedagógicas e acarretaram o desenvolvimento de pesquisas sobre o tema.
O maior impacto da formação que oferecemos aos nossos alunos egressos se verifica na inserção dos mesmos em escolas de Ensino Básico da cidade de Diamantina e região, como é o caso dos mestres João Paulo da Silva Andrade, Daniel Alencar, Joiciele Rezende Costa, Robson Gomes de Brito, Cláudia Baracho, Luana Maiara e outros. Outra aluna egressa, Taynara Ribeiro Pessoa, foi aprovada em dois concursos realizados pela UFVJM para professor substituto, assumindo uma das vagas no curso de Letras Português-Inglês. Não poderíamos deixar de mencionar o caso do egresso, professor de Libras da própria UFVJM, Prof. Duanne Antunes Bomfim.
Outro fato importante a ser considerado, na inserção social dos egressos, é que alguns deles são técnicos administrativos da própria UFVJM e, a partir da capacitação que receberam do PPG-CH, conseguem, não somente, obter progressão funcional, mas, também, tornarem-se profissionais autocríticos e críticos no âmbito de suas atuações administrativas. Este é o caso dos egressos Wellington Costa de Oliveira, Carolina Vanetti Ansani, Crislaine Borges e Léa Cristina de Sá Pedreira. Além desse aprimoramento de técnicos administrativos lotados na própria instituição, é preciso ser considerada a capacitação técnica proporcionada a egressos que atuam, por exemplo, na Prefeitura de Diamantina e no IBRAM (Museu do Siamante). Uma das egressas do programa, Marcela Mazzilli Fassy, foi redistribuída para o Museu do Diamante, atuando efetivamente na cidade. A propósito desta egressa, vale, ainda, destacar que a mesma desenvolveu durante seu mestrado um estágio no Museu do Louvre, em Paris, recebendo bolsa da CAPES em parceria com o Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) e com a École do Louvre, pelo período de 2 meses, de agosto a outubro de 2015. Antes do estágio ela participou do Seminário Internacional de Verão em Museologia, em Paris.
Capacitamos uma professora do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais, a egressa Gilmara Rodrigues Casagrande. Além delas, citamos o caso da egressa Waldicleide de França Gonçalves que, após defender sua dissertação, passou a atuar como docente no curso de Direito na PUC Minas-Serro. A egressa Luana Maiara dos Santos, que após a conclusão do curso tornou-se professora do curso de Oficiais da Polícia Militar de Minas Gerais (estando sempre em trânsito para Belo Horizonte), é, também, professora da Unopar e do Colégio Diamantinense (neste, no Ensino Básico) e atualmente cursa o doutorado na PUC-Minas. É preciso destacar que o egresso Sanmil Manuel Costa da Cruz recebeu voto de congratulação da Câmara dos Vereadores de Diamantina pelos relevantes esclarecimentos prestados acerca do tema “parcelamento urbanístico do solo”, tema de sua dissertação de mestrado defendida no programa.
Ainda em relação à inserção social, contamos com projetos extensionistas como já descritos anteriormente. Em 2019, desenvolvemos os seguintes projetos de extensão: Organização e digitalização de acervos documentais: pistas para a história do Colégio Nossa Senhora das Dores .Diamantina, MG – 1867-1967 (profa. Ana Cristina Pereira Lage); Trabalho, Tecnologia e Educação (prof. Atanásio Mykonios); Vídeo-Cartas com estudantes da Licenciatura em Educação do Campo e Comunidades do Campo: conhecendo seus sujeitos, saberes e realidades (ambos coordenados pelo prof. Carlos Henrique Silva de Castro); Política na Praça (profs. Davidson Afonso de Ramos e Teresa Cristina Cardoso Sousa Vale); Veredas Sol e Lares: uma alternativa para o múltiplo aproveitamento energético em reservatórios de usinas hidrelétricas na região do Semiárido Mineiro (prof. Davidson Afonso de Ramos); Uso das Tecnologias da Informação e Comunicação na Escola Básica: uma Proposta de Instrumentalização Docente (profs. Elayne de Moura Braga e Leonardo Lana de Carvalho);
I Ciclo de Diálogos Literatura e Feminismos (profs. Fernanda Valim Côrtes Miguel e Gustavo Ruckert); Vozes da História: contar, ouvir, refletir. Lembranças e esquecimentos da história em diferentes tempos e espaços (profs. Rogério Pereira de Arruda e Fernanda Valim Côrtes Miguel);
Cine Mercúrio: movimentação de culturas e linguagens (profs. Lilian Simone Godoy e Aline Faé Stocco); História da arte – oficinas e visitas técnicas, Projeto histórico de performance em pontos de interesse turístico de Diamantina e Catálogo on line com figurações das sibilas no mundo cristão (todos coordenados pela profa. Maria Cláudia de Almeida Magnani); Interculturalidade e subjetividades de adolescentes e jovens argentinos e brasileiros: estudo de caso como ocasião para o encontro com o outro e Garimpando o cotidiano: cultura, experiência e promoção da saúde mental (ambos dos profs. Roberta Leite Vasconcelos e Yuri Elias Gaspar); Pipocando na Educação Infantil: movimento(s) e ludicidade? (prof. Sandro Vinícius Sales dos Santos); Coral Universitário & Musicais Famosos (profs. Teresa Cristina Cardoso Sousa Vale, Rogério Pereira de Arruda e Ana Cristina Pereira Lage); Cinema nos distritos: oficinas e produção audiovisual sobre o patrimônio cultural (profa. Vitória Azevedo da Fonseca).
Por fim, alguns docentes do nosso programa desenvolvem pesquisas e projetos de extensão, como os mencionados acima, que estabelecem um vínculo forte com o Ensino Básico, principalmente com os trabalhos desenvolvidos na modalidade do PIBID e Residência Pedagógica.